24/07/2012

TRANSIÇÃO - Abandonaram o alisamento de Cabelos



Elas abandonaram o alisamento de cabelos

Mulheres optam por deixar a química de lado e assumir a textura natural do cabelo; tendência conhecida como transição é forte nos EUA e ganha adeptas no Brasil

"Ver meu cabelo natural pela primeira vez foi uma revelação. Ele não era nada seco e quebradiço, como eu pensava. Era crespo e gostoso de tocar”. O depoimento da britânica Zina Saro-Wina está registrado em um mini-documentário de sua autoria, recentemente publicado na versão online do jornal “The New York Times”. O filme trata sobre as mulheres que estão deixando os cabelos quimicamente alisados de lado para voltar ao look natural. De acordo com Zina, esta transição é um fenômeno que vem acontecendo entre as negras norte-americanas nos últimos três anos e o número de adeptas não para de crescer.
No Brasil não poderia ser diferente. Com a população formada por uma mistura de etnias e majoritariamente com cabelos crespos ou cacheados, o fenômeno da transição dos cabelos com química para a textura natural chegou por aqui e é amplamente discutido nas redes sociais e sites de compartilhamento de vídeos.



 
Fernando Genaro/ Fotoarena
Adriana André decidiu se livrar do alisamento de uma só vez, raspando os cabelos
O processo pode ser encarado de duas maneiras: cortar todo o cabelo de uma vez ou ir tratando a parte alisada. Cortar tudo foi a opção de Adriana André, paulistana de 27 anos. Há dois meses a cabeleireira trocou o corte liso tipo “chanel” por uma cabeça raspada na máquina um: “Vou deixar o cabelo natural, sem química. No final do ano estou pensando em fazer luzes. E se for mudar a forma de novo, quero deixar cacheado”, disse.
Os conhecidos estranharam o novo visual, mas Adriana não liga: “Me perguntam se virei lésbica, se raspei porque entrei para a umbanda, mas não estou nem aí”, conta ela, que está adorando a nova fase “curtíssimo”.
Amanda Gil, 29 anos, também optou pelo corte, mas não chegou a raspar. A profissional autônoma ficou sete meses com o cabelo de duas texturas até que decidiu fazer o chamado big chop (grande corte). Retirou toda a parte alisada, ficando com os fios bem curtinhos. “Nunca tinha usado o cabelo assim, mas não tive escolha! Depois de fazer o corte gostei, os cabelos curtos são práticos e versáteis”, diz a carioca. E completa: “Dá sim para ser feminina com os cabelos curtos. É só usar e abusar da maquiagem e dos acessórios que fazem toda a diferença!”

Arquivo pessoal
Amanda Gil esperou sete meses para os cabelos naturais crescerem antes de fazer o chamado "big chop"
A história de Amanda com alisamentos vem desde a infância, quando começou a fazer relaxamento em casa. Depois de uma experiência desastrosa – relaxou e fez escova progressiva no mesmo dia e quase ficou careca – foi terminantemente proibida de usar químicas pelo médico dermatologista. E hoje diz orgulhosa que está há um ano e cinco meses sem usar nada para mudar a forma das madeixas.
“Minha vida mudou completamente. Me sinto realmente livre. Não suporto mais ver minhas fotos de cabelo alisado. Hoje sim, me sinto linda. Amo meu cabelo e minha autoestima está sempre lá em cima. Eu entendi e aceitei que meus cachos são minha identidade”, conclui Amanda.
Jacqueline Maciel, 28, está em pleno processo de transição, com sete meses de raiz crescida. A professora mineira também começou a alisar os cabelos na infância, mas percebeu que a química prejudicava seus cabelos. Mesmo decidida a voltar à textura natural, Jacqueline confessa que o processo não está sendo fácil: “Muitas vezes a vontade de voltar a relaxar é imensa. Eu optei por não cortar os cabelos, então as duas texturas no mesmo fio dão uma aparência de mal cuidado. Além disso, os cabelos processados são fracos e começam a quebrar. É difícil lidar com a autoestima”, declara.
Jacqueline trocou químicas, secador e chapinha por uma rotina de cuidados que inclui muita hidratação, nutrição e reconstrução das madeixas. “Os fios reagem muito melhor a qualquer tratamento que eu faço”, conta.

Palavra dos especialistas
Os especialistas confirmam mesmo uma volta aos cabelos naturais. “Nove entre dez clientes que me mandam e-mail querem saber como voltar aos cachos naturais”, diz Soraia Ferretti, dona do Lunablu, salão de São Paulo especializado em cabelos crespos e cacheados.

Mas não existe milagre. Dependendo do processo pelo qual passou o cabelo, só mesmo um corte é capaz de recuperar a forma natural. Sueli Martins, do Studio Dom, de São Paulo, diz que a transição leva em média seis meses, dependendo do comprimento do cabelo: “Depois desse tempo já dá pra fazer um corte e ficar com ele todo natural”.
“Se a pessoa fez uma escova definitiva tem que ir deixar crescer e ir cortando a parte alisada. Se fez progressiva poucas vezes, existe a possibilidade de só tratar e os cachos voltarem. Se só amaciou, pode tratar que os cachos voltam na hora”, explica Robson Trindade, cabeleireiro e visagista do salão paulistano Red Door. Trindade diz que aproximadamente 70% de sua clientela quer voltar aos cabelos naturais.
Para os profissionais, quem tem o cabelo alisado e quer recuperar a textura natural tem que ter paciência. Raspar tudo é para poucas corajosas e a maioria acaba mesmo fazendo a transição gradativa. Durante este processo, além de muita hidratação para controlar o volume, é necessário que a mulher aprenda a lidar com seu novo cabelo.
“O cabelo crespo ou cacheado sem processo químico não é difícil de cuidar. Existe uma ilusão de que o cabelo liso é mais fácil, mas não é, basta saber como lidar”, afirma Soraia. Robson concorda e diz que para cabelos crespos, menos é mais. Ele recomenda lavar com um xampu que não faça muita espuma, passar condicionador e não enxaguar e em seguida secar com tecido de algodão cru ou toalha de papel para controlar o volume. Outra dica valiosa: quem quer recuperar os cachos deve abandonar a escova e ajeitar os cabelos com os dedos.
Assista ao documentário da britânica Zina Saro-Wina no The New York Times (em inglês)

12/07/2012

Soldados negros que lutaram por SP são tema de livro- Revolução 1932


                                                          Deu na Folha de SP , dia  09/07/12



Soldados negros que lutaram por SP são tema de livro

DE SÃO PAULO
O jornalista Oswaldo Faustino resgatou a participação de unidades militares de voluntários negros paulistas durante a Revolução Constitucionalista de 1932, conhecida como Legião Negra.






OSWALDO FAUSTINO
Em seu livro "A Legião Negra" (Selo Negro, 2011, 224 págs.), a história é contada por meio de dois personagens: Tião Mão Grande, o narrador centenário; e Miro Patrocínio, mestiço que nega a sua origem, mas "se torna negro" devido às circunstâncias.
Folha - Por que decidiu contar a história da Legião Negra em forma de romance histórico em vez de livro de não-ficção?
Oswaldo Faustino - Antes de tudo porque eu sou jornalista e escritor, não historiador. Minhas pesquisas não se basearam em documentos, mas em publicações, em entrevistas realizadas com filhos e netos de combatentes e numa específica, que aconteceu em 1975, com o doutor Raul Joviano do Amaral. Como membro da Legião Negra, ele chegou a tenente.
Há planos para filmar a história? O livro é um roteiro?
Honestamente, se um dia a Legião Negra virar filme, vou achar sensacional, mas só a oportunidade de mergulhar nessa história e poder produzir um romance já é extremamente compensadora.
Por que negros e mulatos tiveram interesse em se voluntariar para lutar por São Paulo na Revolução de 1932, que muitos historiadores consideram um conflito das elites?
Como a Frente Negra [principal organização negra da época] se declarou neutra, o advogado Joaquim Guaraná Santana e o orador Vicente Ferreira saíram -ou foram expulsos- dessa instituição, criaram a Legião Negra e saíram em caravana alistando negros e arrecadando donativos para o pagamento de seus soldos e para sustentar as famílias dos voluntários.

ENQUANTO O TAMBOR NÃO CHAMA VIAJANDO!

     ENQUANTO O TAMBOR NÃO CHAMA VIAJANDO! Minha grata surpresa foi a tradução de alguns poemas para o espanhol por Demian Paredes, da Argen...