
EU, FALO
é disso que eu falo
do afoxé, cuíca, caixa e tamborim
do tarde da noite a quase manhã
do eco que se espalha a toda cidade
é disso que eu falo
da música, do movimento
de tanta cerveja...
ficar lento nos olhares
até parar em outro olhar
falo do êxtase pleno
onde o reto encontra os extremos
e funde-se no espaço fora do som
uníssono mantra,
entre a surdez e o gestual, a mímica
falo do suor que pinga dos cabelos
tempera a nuca e se delicia na alcinha
sobre a pele ...
desse cheiro de vida
que inspira os desejos
me assanha no ar, no falo
é disso que eu falo
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