Livreiro Adão, Claudinho e Ballouk |
O meu livro Enquanto o Tambor não chama foi batucar na FESPretoSP, precisamente no reduto de resistência pensante do Livreiro Adão, na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Fui a convite do amigo Claudinho (Soweto) conhecer o simpático Adão. Passava o imperdível Quanto Vale ou É Por Quilo, sempre necessário nesses eternos dias de maracutaia governamental. Filme duro e imprescindível. Daquele que deveria acompanhar cesta básica, cesta cultural, sei lá. E Quanto ao livro, agora você tem mais uma opção, procure o livreiro Adão, gente boa, conversa de horas e livros raríssimos. Com o sentimento lembrando Asas do Desejo de Wim Wenders, fui pego com o poema saindo da boca, tomando o meu corpo. Fui obrigado a recitar, fiquei preocupado de sentir um troço ou coisa do gênero. Fiz o que sentia. Sentia-me feliz, o próprio homem tambor do poema Tamborilando. Recitei meio baixinho, mas mandei o poema. Segue ele logo mais abaixo. O Claudinho pode ser visto na USP ou no Centro Cultural sempre envolvido em muitos livros, pesquisas e fazendo novas amizades.
TAMBORILANDO
metade homem
metade tambor
procurava pelos pares
entre caminhos literários
seguia centauros, elfos
pégasos, unicornios
via-se sozinho
o homem tambor
talves, em estante errada
pressentindo
passou a esticar seu couro
ao sol
o mais antigo dos seres
recebeu de um menino
um toque
de curiosidade inflamada
bem no centro do umbigo
O homem
metade tambor
levitava
propulsão sonora
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