Evento traz a Brasília alguns dos mais importantes nomes da literatura
africana contemporânea
21/março/2012
Considerado a principal voz da literatura africana contemporânea, o
dramaturgo, poeta, romancista e crítico nigeriano Wole Soyinka será o grande
homenageado da 1ª BIENAL BRASIL DO LIVRO E DA LEITURA. Primeiro negro a receber
o Prêmio Nobel de Literatura, em 1986, Soyinka vem ao Brasil em visita inédita
para lançar The Lion and the Jewel, seu primeiro texto teatral, publicado originalmente
em 1963. Além de Soyinka, outros dentre os mais importantes nomes do universo
literário do continente africano virão participar do seminário A LITERATURA
AFRICANA CONTEMPORÂNEA. Durante dois dias, eles em Brasília, num encontro que
se configura histórico.
Além de Soyinka, estão confirmadas as participações de Kangni Alem,
premiado autor togolês, Conceição Lima, considerada a maior poeta viva de São
Tomé e Príncipe; Paulina Chiziane, uma celebridade em Moçambique, com uma obra
a favor dos direitos humanos; Germano Almeida, cuja obra desmascara a
hipocrisia da vida pública e privada da sociedade de Cabo Verde; Abdulai Silá,
autor do que é considerado o primeiro romance da Guiné Bissau; e o jovem
angolano Odjaki, radicado no Brasil e vencedor do Prêmio Jabuti na categoria
Juvenil com o romance Avó Dezanove e o Segredo do Soviético.
A participação de autores do continente africano tem início no dia de
abertura da BIENAL, com a homenagem a Wole Soyinka, no Museu Nacional. O autor
fará uma palestra às 20h30. E no estande da editora Geração Editorial estará
sendo lançado The Lion and the Jewel.
O seminário A LITERATURA AFRICANA CONTEMPORÂNEA acontece nos dias 15,
às 18h, e 16 e 17 de abril, de 10h às 12h30, no Auditório Nelson Rodrigues, do
pavilhão montado para o evento na Esplanada dos Ministérios. No dia 15, estarão
na mesa de debate Conceição Lima e Germano Almeida, com mediação de Regina
Vecchia, doutora em Letras pela USP e professor de Literatura Africanas de
Língua Portuguesa na mesma universidade. E no último dia do seminário,
participações da moçambicana Paulina Chiziane, do angolano Ondjaki, Abdulai
Sila, da Guiné Bissau, e mediação de Eduardo Assis Duarte, professor da
Faculdade de Letras da UFMG.
PROGRAMAÇÃO
SÁBADO, DIA 14
20h30 – Homenagem e palestra com Wole Soyinka – Museu
Nacional
DOMINGO, DIA 15
18h – Abertura do Seminário A LITERATURA AFRICANA CONTEMPORÂNEA
– Aud. Nelson Rodrigues – Com Kangni Alem (República do Togo).
Mediação: Zulu Araújo (DF)
SEGUNDA, DIA 16
10h30 – Seminário A LITERATURA AFRICANA CONTEMPORÂNEA –
Aud. Nelson Rodrigues
Com Conceição Lima (São Tomé e Príncipe) e Germano Almeida (Cabo
Verde). Mediação: Rejane Vecchia (SP)
TERÇA, DIA 17
10h30 – Seminário A LITERATURA AFRICANA CONTEMPORÂNEA –
Aud. Nelson Rodrigues
Com Paulina Chiziane (Moçambique), Ondjaki (Angola) e Abdulai Sila
(Guiné-Bissau). Mediação: Eduardo Assis Duarte (MG)
AUTORES CONVIDADOS
SOYINKA
Nascido em 1934, em Abeokuta, Nigéria, Wole Soyinka participou
ativamente da história política de seu país. Em 1967, durante a guerra civil,
foi preso acusado de conspiração a favor dos rebeldes. Ao longo de sua carreira
literária, publicou em torno de 20 obras. Como dramaturgo, Soyinka inspirou-se
no tradicional teatro africano, baseando-se nas histórias de sua tribo de
origem, a iorubá. The Lion and the Jewel um de seus primeiros trabalhos, foi
escrito no período em que viveu em Londres, onde se graduou doutor em 1973. Como romancista, escreveu The Interpreters (1965), The Man Died: Prison
Notes (1972) e, Aké (1981). Sua poesia – que apresenta uma forte conexão
com suas obras teatrais – foi publicada em Idanre, and Other Poems
(1967), Poems from Prison (1969), A Shuttle in the Crypt (1972) the long poem
Ogun Abibiman (1976) and Mandela's Earth and Other Poems (1988).
KANGNI ALEM
Romancista e dramaturgo nascido na cidade de Lomé, no Togo, é PhD em
francês e literatura africana e francesa e diplomado em semiologia teatral. Já
publicou mais de 10 livros e é professor de teatro e literatura na Universidade
de Lomé. Em 2003, recebeu o Grande Prêmio Literário da África Negra por seu
livro Coca Cola Jazz. Seu trabalho explora a memória política e histórica da
África, abordando temas como escravidão, ditadura, conflitos raciais e
culturais. Um de seus livros mais conhecidos é Escravos, lançado no Brasil pela
Editora Pallas. É fundador do Ateliê Teatral de Lomé.
PAULINA CHIZIANE
Primeira mulher moçambicana a publicar um romance, Paulina Chiziane
lançou o seu primeiro livro, A Balada de Amor ao Vento, em 1990. Recusando o
rótulo de romancista, a autora se diz contadora de histórias, arte que aprendeu
com a avó, escreveu sobre a vida em tempos difíceis; a esperança, o amor, as
mulheres e sobre a África do passado e do presente. Durante a juventude,
participou ativamente da cena política de seu país como membro da Frente de
Libertação de Moçambique (Frelimo), mas acabou por abandoná-la para se dedicar
à literatura. Credita uma aproximação mais concreta à realidade de seu país a
sua colaboração com a Cruz Vermelha de Moçambique. Ventos do Apocalipse (1993),
O Sétimo Juramento (2000) e Niketche: Uma História de Poligamia (2002) são
outros romances da autora.
GERMANO ALMEIDA
Nascido na ilha da Boavista, Cabo Verde, em 1945, estreou como contista
no início da década de 80. Foi cofundador e colaborador da revista
cabo-verdiana Ponto & Vírgula. Apesar da importância de sua obra de ficção
– que abriu caminho para uma nova etapa na rica história literária de
Cabo Verde –, o romance O Testamento do Senhor Napumoceno da Silva Araújo
é seu único título publicado no Brasil. Autor de dezenas de obras, Almeida usa
o humor com maestria, seja pela ironia ou pelo sarcasmo mais declarado. Sua
obra desmascara a hipocrisia da vida pública e privada da sociedade de Cabo
Verde.
ABDULAI SILÁ
Um dos mais importantes autores da literatura de Guiné-Bissau, Silá deu
início à chamada “corrente ficcional original”, ao escrever Eterna
Paixão – considerado o primeiro romance escrito naquele país. O livro
enfoca, principalmente, a transformação pós-colonial da sociedade guineense,
assunto reincidente em romances publicados posteriormente. Apesar de sua
intensa dedicação pela literatura, Silá é engenheiro eletrônico formado pela
Universidade de Dresden (Alemanha), além de economista e investigador social. Um
pioneiro, além de ter escrito o que se considera o primeiro romance de seu
país, Silá também é autor do primeiro texto teatral, As Orações de
Mansata” e está escrevendo a primeira ópera. O escritor ainda atua,
através de uma empresa da qual é cofundador e diretor, na democratização do
acesso à tecnologia.
CONCEIÇÃO LIMA
Considerada a maior poeta viva de São Tomé, Conceição Lima tem seus
trabalhos publicados há quase três décadas. Sua poesia tem servido de
inspiração para teses literárias em Portugal e no Brasil, no entanto, foi
apenas em 2004 que O Útero da Casa, seu primeiro livro, foi publicado. Publicou
em 2006 A
Dolorosa Raiz do Micondó e em 2011 O País de Akindenguê. Estudou jornalismo em
Portugal e, depois da abertura multipartidária em seu país, fundou, em 1993, o
já extinto semanário independente O País Hoje. Licenciada em Estudos Afro-Portugueses
e Brasileiros pelo King’s College de Londres, é também mestra em Estudos Africanos,
com especialização em Governos e Políticas em África. Apresentadora do programa
televisivo Em Directo, da TVS, o único a promover a polêmica, fazendo críticas
e comentários ao governo do país. O programa foi tirado do ar em dezembro de
2010. Atualmente, apresenta o programa Hora da Poesia, na Rádio Vizela.
ONDJAKI
O interesse do poeta Ondjaki pela literatura começou cedo, aos 13 ou 14
anos de idade quando já percorria de quadrinhos de Asterix até obras de
Jean-Paul Sartre. Estudou em Luanda e fez sociologia em Lisboa. Em 2000,
publica o primeiro livro, Actu Sanguíneu, que conquista o segundo lugar no
concurso literário António Jacinto, de Angola. Estuda na Universidade de
Columbia, em Nova York,
e filma o documentário Oxalá cresçam pitangas – histórias da Luanda, com
Kiluanje Liberdade. Recebeu o Grande Prêmio de Conto Camilo Castelo Branco, em
2007, pelo livro Os da Minha Rua, e na Etiópia conquistou o Prêmio Grinzane de
melhor escritor africano de 2008. Em outubro de 2010, ganhou, no Brasil, o
prêmio Jabuti na categoria Juvenil com o romance AvóDezanove e o Segredo do
Soviético. Suas obras já foram traduzidas para diversos idiomas, como francês,
inglês, alemão, italiano, espanhol e chinês. Desde 2007 Ondjaki mora no Rio de
Janeiro e é fã ardoroso da literatura brasileira. Sua trajetória artística
passa também pela atuação teatral e pela pintura.
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A I BIENAL BRASIL DO LIVRO E DA LEITURA terá como homenageados o
escritor nigeriano Wole Soyinka, Prêmio Nobel de Literatura, e o brasileiro
Ziraldo. A coordenação literária é do jornalista e escritor Luiz Fernando
Emediato, coordenação geral de Nilson Rodrigues e realização da Secretaria de
Cultura e da Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal, em parceria
com o ITS – Instituto Terceiro Setor. O projeto é inserido no Plano do
Livro e da Leitura do Distrito Federal – Brasília Capital da Leitura. O
evento acontecerá na Esplanada dos Ministérios, num espaço de cerca de 50 mil
metros quadrados, com área coberta para receber 158 estandes.
Serviço:
I BIENAL BRASIL DO LIVRO E DA LEITURA14 a 23 de abril de 2012 Esplanada dos Ministérios
Brasília - DF
MAIS INFORMAÇÕES: (61) 3034.2985 / (61) 3321.9922
contato@bienalbrasildolivro.
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